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Antioxidantes: alimentos ou suplementos?

Antioxidantes: alimentos ou suplementos?O exercício é uma fonte de stress no organismo, sobretudo quando prolongado e ainda mais quando intenso. Esse stress é agudo e normalmente é corrigido por um corpo saudável e bem nutrido, sendo até um primeiro passo para assimilação da carga de treino. No entanto, quando mantido e crónico pode estar na origem de um risco acrescido de doença e lesão.

Dentro das várias formas de stress, uma das que mais tem sido estudada é o stress oxidativo. Sabemos que o esforço físico induz um aumento da produção de radicais livres de oxigénio (ROS) em diversos órgãos vitais e no músculo, ainda que possam ter um impacto pejorativo, os ROS são também responsáveis por uma série de processos responsáveis pela assimilação e adaptação ao treino.

Numa situação normal, o seu corpo tem defesas antioxidantes inatas que depois do esforço são responsáveis por equilibrar novamente este estado. Para o efeito, uma boa nutrição também é essencial para defesas antioxidantes saudáveis e suficientes.

Sabendo que os alimentos, sobretudo de origem vegetal, são fonte de antioxidantes naturais como as vitaminas C, E e os carotenoides, é comum surgir a questão se vale a pena suplementar com antioxidantes.

Os ROS não são sempre os maus da fita, eles são essenciais no processo de adaptação ao esforço sendo responsáveis por processos de recuperação e assimilação da carga de esforço como promover

  • defesas inatas antioxidantes equilibradas e suficientes

  • processos que levam à “hipertrofia” muscular (ganho de massa magra) , que também é importante em endurance

  • biogénese mitocondrial (melhorar capacidade oxidativa)

Não existe também evidência que a suplementação com antioxidantes “extra”  tenham qualquer vantagem seja na recuperação, nas defesas ou na recuperação. E há alguns indícios de que esta suplementação possa até ter efeitos prejudiciais.

Nesse sentido, quais as mensagens a ter em conta:

  • O próprio esforço é um antioxidante, um planeamento adequado que inclua uma periodização de períodos de esforço e recuperação vão assegurar uma adaptação das nossas defesas inatas

  • A alimentação é uma fonte natural de antioxidantes, mais do que as vitaminas, as hortícolas, as frutas frescas, ervas e especiarias são fontes por excelência de fitonutrientes com efeito antioxidante e anti-inflamatório

  • Nesse sentido, assegure-se que ingere diariamente: 1 tigela de sopa de hortaliaças, 1 salada variada (alface, tomate, cenoura, pimento, pepino, beterraba) e 1 chávena de verduras cozinhadas e pelo menos 2 cores

  • Prefira sempre que possível hortícolas nacionais, da época e produtos de uma agricultura não intensiva. Estes fitonutrientes são os meios de proteção das plantas pelo que se a agricultura tem mais herbicidas e pesticidas, ficam mais pobres

E dê cor ao seu prato. Não coma apenas salada de alface ou brócolos cozidos, tenha pelo menos 2 cores distintas no prato (ex:. alface, tomate, cenoura e beterraba picadas; brócolos , cenoura ou abóbora estufados).

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Filipa Vicente
Filipa Vicente
Nutricionista (CP1369N) e Professora universitária (IUEM). Escreve para o Correr Por Prazer desde a sua criação em 2008. É essencialmente uma facilitadora de escolhas na busca da melhor versão de nós mesmos. Site oficial: https://nutrium.io/p/filipavicente/blog

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