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Maratona de Valência – Crónica

A melhor partida para quem assiste, a melhor chegada para quem termina.

Deslocações e alojamento
Existem voos relativamente baratos na Ryanair a partir do Porto. Desde Lisboa há voos da Tap e da Ibéria. Sendo um grupo de atletas, a hipótese de ir de carro não será de descartar. O voo na Ryanair custou 44€ mas o alojamento no fim de semana da maratona é bastante caro principalmente na zona da partida/chegada. Optei por um hostel na zona histórica (a cerca de 2,5 km da partida) que, para 2 noites com pequeno almoço incluído, ficou por pouco mais de 180€. Existe metro de ligação desde o aeroporto para o centro da cidade. Cada viajem custa 3,90€. Não deixe de consultar as dicas de como viajar barato para as suas maratonas.

A cidade que perdeu o seu rio
No dia 14 de Outubro de 1957 deu-se a última grande cheia do rio Turia que atravessava a cidade de Valencia. Morreram 81 pessoas e os danos materiais foram calculados em 10 milhões de pesetas. Oito meses depois, o governo anunciava que o rio Turia seria desviado e passaria pela parte exterior da cidade. As obras iniciaram-se em 1964 e prolongaram-se durante uma década, tendo sido finalizadas em 1973.

Hoje, onde passava o rio e durante vários quilómetros, vêm-se parques, campos de ténis e de futebol, espaços de lazer, o Parque Gulliver, a grandiosidade da Cidade das Artes e das Ciências (onde a maratona inicia a termina) e do Oceanografic.

Para além da arquitetura altamente moderna e sofisticada da cidade, o seu centro histórico é muito interessante com os seus edifícios de janelas ornamentadas, a sua catedral, o seu mercado, as ruas cheias de gente, música ao vivo e de turistas frequentando as suas imensas gelatarias.

Expo Maratona
É enorme, enchendo 2 pisos: o superior onde se levanta o dorsal da maratona e o inferior onde se levanta o saco do corredor e onde imensas marcas e provas internacionais marcam a sua presença. Desenrola-se na Cidade das Artes e das Ciências, o que por si só já vale a pena. É aí que terminará a prova e onde os atletas podem passar o tapete azul onde no domingo de manhã o farão já a sério e onde todas as emoções estarão à flor da pele.

A prova
Esta foi a primeira maratona fora de Portugal que eu resolvi repetir. Tinha-a feito em 2013 e como tinha gostado e a viagem estava barata, resolvi voltar. E em boa hora o fiz. A prova já era grandiosa mas evoluiu muito em 4 anos. Mais atletas mas principalmente um grande envolvimento da cidade, com mais público e mais pontos de animação. Pela cidade havia painéis a incitar a presença do público nas ruas para apoiar os atletas assim como os transportes públicos com publicidade no mesmo sentido.

Segundo a organização, inscreveram-se 27.500 atletas (19.000 na maratona e 8.500 nos 10 km) sendo mais de 7.000 os atletas estrangeiros que se deslocaram a Valência para participarem nas duas provas. Portugal fez-se representar por 221 atletas. Na maratona terminaram 16.156 atletas sendo 13.716 homens (84.9%) e 2.440 mulheres (15,1%).

A prova é completamente plana e com poucos retornos o que a torna muito rápida. Nesta edição foi batido o recorde da prova por Kitwara Sammy Kirop com 2h05m:15s, sendo de destacar que os primeiros 10 classificados ficaram todos eles abaixo das 2h10m.

Em espanha já participei nas maratonas de Madrid, Sevilha, Corunha e Barcelona e, na minha opinião, esta é seguramente a melhor de todas elas.

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 65 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

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