Maratona de Dublin – Crónica

Já há alguns anos que andava a “namorar” esta maratona, não só pela prova em si mas para visitar a República da Irlanda e o seu ambiente peculiar. Foi este ano e conto-vos aqui alguns dos pormenores de um fim de semana literalmente a correr.

Deslocações e alojamento

Viajamos na Ryanair que tem ligações directas desde o Porto, mas também existe de Lisboa e de Faro. O voo não foi caro (ida e volta por cerca de 100€) pois fizemo-lo com bastante antecedência, cumprindo as dicas que já aqui deixamos de como viajar barato. O alojamento em Dublin é caro. Como faço questão de ficar perto da chegada, a coisa encareceu ainda mais pois a partida é no centro da cidade. Optamos por ficar alojados num hostel com marcação pelo booking e experimentar o ambiente informal deste tipo de alojamento. Ficamos a menos de 2 km da partida/chegada, gostamos do alojamento e da simpatia dos seus hóspedes e staff. Até cerveja gratuita houve para quem lá esteve alojado e tenha conseguido terminar a maratona 🙂

A cidade

É tal como ouvimos falar dela: pubs, cerveja e um ambiente nocturno frenético. O fim de semana coincidiu com o Halloween, muito apreciado por aqueles lados que fez a cidade fervilhar ainda mais. O rio Liffey atravessa a cidade e as suas pontes dão um ar romântico à cidade, principalmente à noite.

Dublin é quase sinónimo de Guiness, a famigerada cerveja irlandesa apreciada em todo mundo. A sua fábrica foi fundada em 1759 e o seu museu é de visita obrigatória. Quase que eu diria que a visita à Guiness justifica a deslocação a Dublin. As marcações foram feitas pela internet no site oficial da empresa. Para além de evitarmos filas o preço é mais barato para marcações online. Os preços variam consoante o dia e hora da visita e variam entre os 17,50€ e os 25,00€ por pessoa. O museu é do mais modernos que pode imaginar, demora cerca de 2 horas e no final, no último piso em vidro, poderá apreciar toda a cidade, saboreando uma pint (copo com cerca de meio litro) incluída no bilhete de acesso.  No final não se deixe perder na loja com produtos da marca mas não deixe de trazer uma caneca de recordação ou então os seus saborosos caramelos e chocolates de cerveja.

Estátua de Oscar Wilde junto à sua casa

Para conhecer a noite da cidade visite a zona do Temple bar e o bar com o mesmo nome. São imensos os pubs com música ao vivo e com interração por parte dos clientes. Não existe consumo obrigatório, daí termos visitado vários.

Expo Maratona

Situada na Royal Dublin Society, não é propriamente uma grande expo como se vê nas grande maratonas internacionais. A entrega do kit do atleta é rápida e o staff muito simpátco. O dorsal não é personalizado e é atribuído na hora da recolha. Já é raro vermos dorsais não personalizados. Muitos atletas acabam por escrever o seu nome para serem aplaudidos e para que o seu nome seja pronunciado.

A prova

Segundo a organização estavam inscritos 20 mil atletas embora tenham terminado 15.888. Não há outras provas de menor distância, só mesmo a maratona. A organização é perfeita. Nada falha, não há confusão na partida nem na chegada. Há várias partidas e a horas diferentes, sendo os atletas divididos por ruas logo na primeira triagem. A quantidade de público é impressionante e o seu apoio incrível. São extremamente ruidosos num apoio constante praticamente durante todo o percurso. Nas zonas habitacionais, saiem das suas casas, trazem música, comida, chocolates, fruta e gomas para distribuir pelos atletas. São autêncicos pic-nics na berma da estrada. É um dia de festa para toda aquela gente, que vibra de felicidade ao ver-nos passar.

O preço da  inscrição na prova começa nos 70€ para os primeiros 7 mil atletas e só a t-shirts da finalista vale este valor, pois é de grande qualidade. Os abastecimentos são bons e bem sinalizados. As marcações da distância são feitas em milhas, pelo que ter o nosso relógio em kms dá muito jeito. Em contrapartida não tens que contar até 42, basta contares até 26,2 🙂

O único local onde não há público é no parque Phoenix, o maior parque citadino da europa, onde a paisagem é deslumbrante e o silêncio dos seus prados verdejantes nos faz pensar que é realmente por isto que corremos.

Curiosidades da prova. Há uma atleta que é totalista, tendo corrido portanto as suas 38 edições. Houve um atleta que correu a prova de costas e que terminou a mesma em 5h27m.

Valeu a pena ir a Dublin e correr a sua maratona. Se gostas de maratonas e de ambiente nocturno, esta é a cidade ideal para juntares estes dois mundos.

Boas corridas.

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 65 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

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