Estrangeiro no seu próprio país

Estrangeiro no seu próprio paísApesar de ser do Porto e de se ter deslocado a Lisboa para participar na maratona daquela cidade, Luis Pires sentiu-se estrangeiro no seu próprio país. Aparentemente esta seria “apenas” mais uma maratona, a somar às 45 já efectuadas por este conhecido atleta de pelotão. Mas não. Houve novidades menos boas que nos é explicada com a publicação da reclamação efectuada e enviada à organização da prova.

Maratona de Lisboa 2009 – Protesto

Desloquei-me a Lisboa no dia 05/12/2009, para participar na 24ª Maratona desta cidade. Fiz a viagem do Porto a Lisboa, de comboio, e fui de Metro até ao Estádio 1º de Maio, onde cheguei por volta das 18:30 horas para levantar o meu dorsal (1150). Tenho feito muitas maratonas nos últimos anos, à média de quase uma por mês, e participei pela 7ª vez nesta organizada pela Xistarca. Face a esta frequência de provas, sobretudo nos últimos quatro anos, tenho por hábito planear criteriosamente as respectivas viagens, para que estas sejam o mais económicas possível.

Assim fiz em relação à maratona de Lisboa, planeando nomeadamente usufruir da “Pasta Party”, já que a consulta da informação disponível no site da prova anunciava-a e não estabelecia quaisquer restrições no acesso à mesma. Depreendi, legitimamente, e à semelhança do que acontece noutras maratonas, que a inscrição na prova dava direito ao acesso à referida Pasta Party, a qual se apresentava atraente, não só por me permitir jantar sem acréscimo de despesas, como também desfrutar do convívio, sempre salutar, com outros corredores do pelotão e maratonistas.

Para minha surpresa, ao levantar o dorsal, fui informado que não tinha direito a participar na famosa (como refere o site) Festa das Massas. Perguntei à jovem rapariga que me atendeu – muito simpática, por sinal – com quem poderia falar, para esclarecer este assunto. Foi então que me indicaram o Professor António Campos, a quem me dirigi. Interpelei-o sobre a impossibilidade de usufruir da “Pasta Party”, ao que me respondeu, num tom sobranceiro, ser apenas para estrangeiros. Perguntou-me, inclusive, onde estava escrito que eu tinha direito à referida Festa. Respondi que o site oficial da prova não referia quaisquer restrições de acesso à Festa, pelo que deduzi (que expressão fui eu utilizar!) ser o seu acesso extensivo a todos. Respondeu-me então com a afirmação, sublime, que tinha deduzido mal. Foi nesta altura que, completamente perplexo e indignado, respondi que não valia a pena continuar a conversar, dado o facto de não falarmos a mesma linguagem. Passou a ser uma autêntica conversa de surdos. Passo a transmitir, Professor António Campos, o texto mencionado no site da prova www.lisbon-marathon.com no link “Informações”:

Sábado dia 5 pelas 19h00 será realizada a famosa Festa das Massas (Pasta Party) – Estádio 1º de Maio

Gostava que me dissesse, Professor António Campos, onde errei na minha dedução? Onde está escrito que é só para estrangeiros? Sabe Professor António Campos, ficaria satisfeito com uma qualquer justificação (mesmo aquela que mencionou, de ter mais estrangeiros do que previa), desde que acompanhada de um pedido de desculpas e com a promessa de, para o próximo ano, as informações serem mais claras. Deixe-me dizer-lhe, também, que essa de distinguir atletas estrangeiros de nacionais é, para mim, uma enorme e inadmissível discriminação (fiquei a saber que nas provas que o Professor organiza, há atletas de 1ª e 2ª). Mas, é também inédito, pois já fiz maratonas em muitas cidades da Europa e do Mundo – já lá vão 45 -, e nunca fui confrontado com semelhante destrinça.

Como Professor, não sei em que área lecciona – Português, deduzo que não! Como aluno, aconselho umas vindas à Maratona do Porto para receber algumas lições de humildade, saber receber e, já agora, de organização!

Nota: Já no final ainda me disse que podia, pagando, jantar na “Pasta Party”. Mas, olhe, Professor António Campos, a sua arrogância e prepotência, retirou-me o apetite – cheguei, até, a equacionar regressar de imediato ao Porto.

Vistas bem as coisas, eu também podia ter participado em tão famoso repasto, pois senti-me, perante o Professor António Campos, um autentico “ESTRANGEIRO”!

Porto, 10 de Dezembro de 2009

Luis Pires

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 65 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

41 COMENTÁRIOS

  1. Olá Luis
    Apresento-te desde já a minha solidariedade, pois essa é uma maratona que a partir deste teu testemunho, está riscada dos meus planos.
    Fui a essa maratona uma vez, mas sendo nestes organizada desta forma, nunca lá porei os pés, nem nunca a aconselharei a ninguém.
    Felizmente temos uma Maratona na nossa cidade que se pode recomendar!!
    Abraço e continuação de boas maratonas!!

    Paulo Rodrigues

  2. Fiquei espantada com teu relato! Acho que nunca irei correr a Maratona de Lisboa, ou talvez vá, já que sou brasileira. Mas acho melhor não, se tratam assim um português, o que farão com uma brasileira!!!Meus parabéns pelo blogue, pelo livro e principalmente pelas tuas conquistas esportivas.Sou tua fã! Um abraço.Claudia – Campinas – São Paulo -Brasil

  3. Caro Luís, eu fui mais um dos atletas que ficou sem ter direito à Festa das Massas e nem se deram ao trabalho de me dar uma justificação, apenas que se quisesse teria de pagar 10€. A partida de 1200 atletas dentro do estádio 1º de Maio e dar uma volta dentro também não lembra a ninguém, só mesmo à Xistarca. Os abastecimentos só tinham bebidas isotónicas a partir do KM 20. No próximo ano venham visitar a Maratona do Porto e aprendam alguma coisinha com a organização que até teve abastecimentos a cada 2,5 Kms. Só estou para ver qual o comentário da digníssima Revista Atletismo, da qual eu sou assinante, em relação a esta Maratona.

  4. Olá Luis,
    Quero desde já a solidarizar-me contigo, pois essa é uma maratona e esses senhores são para mim o sinónimo da falta de capacidade de organizar de receber e de darem o merecido respeito à maratona que tem como local a capital do nosso país.
    No minimo só tinham que pedir desculpa pela má informação que disponibilizam, ceder peram a falha que tiveram e permitir a tua participação na Pasta Party.
    Participei nessa prova em 2006, como penso que te recordas, e durante a qual sofri uma lesão-fractura do perónio, nunca tive ninguem durante todo o percurso que me desse apoio, assim sendo perante esta forma de receber e organizar, nunca lá mais fui, nem a aconselho a ninguém.

    Na verdade temos uma Maratona na nossa cidade Porto que em cada ano que passa se torna mais forte, mais apetecível e atractiva, esta sim temos de recomendar e dívulgar!!
    Um abraço e continuação de sucesso nas maratonas!!

    Rui Campos

  5. Hello Luis Pires,
    I want since already solidarizar me with you, therefore this is a maratona and these gentlemen are for me sinónimo of the lack of legal capacity to organize to receive and to give the deserved respect to the maratona that has as local the capital of our country. At least only they had that to ask for to excuse for me the available information, to yield before the imperfection that had had and to allow your participation in the Party Folder.
    I participated in this marathon in 2006, as I think that you remember yourself, and during which I suffered a injury-fracture from the my fibula, I never had nobody during all the passage that me of this support, thus being before this form to receive and to organize, more I was never there, I advise nor it to nobody.
    In the truth we have a Marathon in our city- OPorto that in each year that gone by if becomes strong more, more tempting and atractiv, this yes we have to recommend and to divulge!
    One I hug and continuation of success in the your marathons!
    Rui Campos
    (PortoRunners – Oporto, Portugal)

  6. Nem sei bem por indo começar; se pela falta de educação desse tal de Campos que será eventualmente vendedor de aulas, se pela publicidade enganosa do site oficial da prova, se pelo terceiro mundismo que grassa na organização das provas em Portugal.

    Só há duas hipóteses: i) ou se organiza por carolice, e aí não pode haver antipatia nem falta de solidariedade para com os participantes, porque são estes quem engrossa o pelotão e faz a festa, faz a prova; ii) ou se organiza assumidamente para ganhar dinheiro, e aí exige-se competência. Esse palerma do Campos encaixa mal em qualquer dos grupos.

    Deixem lá o Porto/Lisboa, a nossa maratona e a maratona deles, o norte e o sul. A pior coisa que pode acontecer a uma causa justa é ter um histérico a defendê-la. A prova é má e mal organizada por causa de quem a organiza, e não por ser lá em baixo na central de compras.

    Portanto, se não querem ou não sabem organizar com competência, NÃO ORGANIZEM!

  7. Devo dizer que, vivendo em Lisboa, tive a experiencia de correr no Porto no mês passado,e por tal não pude correr a maratona de Lisboa, tendo optado pela prova alternativa (meia maratona).
    No Porto estava à disposição dos atletas um camião para deixarem os sacos com os pertences, não sabia disso à partida por tal não levei nenhum saco,mas de resto adorei a prova, desde o “calor” do Norte até à organização.
    Aqui “em casa” tive a desagradável surpresa de ter-me certificado previamente que poderia levar um saco para deixar à partida e recolher à chegada, e à partida não havia carrinha para os sacos (pelo que parece colocaram uma carrinha que encheu rapidamente e foi embora), fazendo com que tivesse de correr 21 km com uma mochila de 3 kg nas costas. Como se tal não bastasse, pedi informações à chegada a um pomposo senhor que estava identifcado com um cartão da organização, que deu-me uma meia resposta, e, quando voltei a insistir, de forma rude ignorou-me simplesmente como se não tivesse ouvido.
    Pedi esclarecimentos por escrito à organização sobre a ausencia da carrinha da organização, e uma semana passou sem que se dignassem a responder.
    Por tal para o ano se correr a Maratona irei correr no Porto e deixar a de Lisboa para os estrangeiros, pois acho que são muito bem vindos, e para os elementos da organização que quiserem correr (de resto acho que em Lisboa estamos a deixar morrer as maratonas pois a Gold Marathon ou Maratona Carlos Lopes deixou de constar no mapa internacional de provas, e esta, com estas nuances, irá pelo mesmo caminho.

    Por tal a minha solidariedade para quem se sentiu um estranho entre nós.

  8. Olá a todos: O meu desagrado da maratona de Lisboa.
    Nem pasta,nem casas de banho; Nem Abastecimentos antes 20Km; Prémios de presença do mais fraco que já tive desde que corro com prazer que faz dois anos em Dezembro e já com três maratonas, Também me sinto enganado pelo site quanto as pastas party, respondera-me se queria comer as pastas party, teria de pagar dez euros, muita confusão com as outras provas em fim. O Sr Professor António Campos tem muito que aprender com a maratona da cidade do Porto terá que se deslocar ao Porto no dia 07/11/2010 para depois organizar uma prova como deve ser.
    A única coisa que quanto a mim funcionou foi as massagens no fim da prova, para eles o meu muito obrigada.

  9. Caro Luís,
    Esse episódio é completamente rídiculo. Mas o mais ridículo é não reconhecer os erros e voltar a fazê-los na prova de 2010.
    Espero que tenham aprendido a lição porque um dia ainda tenciono fazer a maratona de Lisboa na companhia de atletas do Norte e do Sul.
    Um abraço da Central de Compras!

  10. O ano passado fui à maratona de Lisboa. Quando fui levantar o dorsal tomei logo um apontamento: “a do Porto é muito superior.”
    Pelo que eu já pude ler desta última maratona de Lisboa, a organização continua a querer aumentar os números de corredores na meta em vez de aumentar a qualidade. Os mesmos erros do passado e mais alguns.
    O certo é que tão depressa não volto a correr a maratona de Lisboa.

  11. Aqui vai uma mensagem e um excerto duma mensagem que coloquei no Fórum O Mundo da Corrida, como forma da minha total solidariedade para com todos aqueles que foram discriminados negativamente e enganados na véspera da maratona de Lisboa.

    “Uma no cravo, outra na ferradura…

    Os estrangeiros na véspera da maratona tiveram massa em exclusivo.

    Na maratona, dos 1152 classificados 742 eram estrangeiros (64.2%), nos últimos 500 classificados (652º/1152º) haviam 342 (68.4%) estrangeiros.

    Segundo relato de Joaquim Adelino (823º) no abastecimento do km 35 já não havia água. Ou seja, mais de 330 atletas, entre os quais 241 estrangeiros, viram-se privados de abastecimento de água por rotura de stock ao km 35!…

    Moral da história…

    Cerca de 250 estrangeiros irão dizer que em Portugal como se bem, mas bebe-se muito mal!… “

    (…)
    “5 – Disseram massagens exclusivas para estrangeiros?… Disseram massa só para camones?…É, no mínimo, surrealista!…

    Quanto ao 5º e último ponto, bem, a ser verdade tais factos e a consumarem-se na próxima edição, na minha modesta opinião, a solução está na “mão” dos atletas portugueses: GREVE!”

    Espero é que não venha acontecer o mesmo que no Algarve (porque não há necessidade), a dada altura já só se falava inglês no Algarve. Os portugueses eram considerados abaixo de cão. Hoje, com o chuto que levaram dos estrangeiros, só falta andarem com os portugueses ao colo…

    De facto, o histerismo tira a visão e o discernimento a qualquer pessoa. Porquê dizer Central de Compras? Será pela diferença do PIB entre Lisboa e o Porto?

    Um Abraço

    Orlando Duarte

  12. Boa noite Luís.Estou solidário consigo,como é que è possível,nos nossos dias isto acontecer? Afinal somos todos portugueses o há 1º ou de 2º qualidade.Será que queremos voltar o antigamente e copiar o modelo da famosa Alemanha nazi que só queria uma raça pura? valha-me Deus.Amigo continue a correr como tem feito até agora enfrente e lembre-se o verdadeiro vencedor é aquele que nunca desiste.BOAS MARATONAS

  13. É um termo que há muito utilizo, Orlando, por motivos óbvios. Uma vez mais, não sei bem por onde começar: se por coisas simples como a sobranceria saloia de quem se acha superior pelo simples facto de morar na cidade grande, esquecendo-se que apesar das suas raízes Beirãs, Minhotas, Alentejanas ou Transmontanas tem como prato típico regional o bitoque; ou se por coisas supostamente mais importantes como a mesma altivez bacoca que centraliza todo o investimento na capital, contribuindo para desertificar um país e tornando Lisboa inabitável, como se duas mãos invisíveis agarrassem em Bragança e Vila Real de Stº António, sacudindo o território como se de um tapete se tratasse, indo confluir tudo a Lisboa.

    Somos um país pequenino. Não alimento disparatadas guerras norte/sul, mas não preciso de ter vergonha de dizer que gosto indubitavelmente mais do Norte, porque gosto do verde e das montanhas, das gentes e da gastronomia, e que sinto frieza nesses solos ferruginosos que começam a aparecer à medida que vamos descendo a A1.

    Quem me conhece, da vida real ou apenas da blogolândia, sabe que tenho uma atitude crítica perante as coisas (umas vezes estarei certo, outras errado) e que não me inibo de apontar críticas sempre que as acho merecidas. Às próprias organizações da RunPorto, que são do melhor que temos no país, é raro passar por uma prova deles sem que faça notar o meu desagrado por tudo o que correu menos bem.

    Um abraço e viva o Sporting CLUBE de PORTUGAL.

    JP

  14. Olá Luís,

    Apesar de já ter manifestado a minha total solidariedade com o teu voto de protesto que subscrevo na íntegra independentemente de qq possíveis “justificações” à posteriori que por ventura os organizadores da Maratona de Lisboa possam ainda apresentar, não ficaria bem comigo se não manifestasse tb publicamente este meu voto de apreço com o teu justo protesto e de profundo lamento pelo que foste obrigado a aturar no teu próprio país !

    Sabendo todos nós que apesar de muito pequeno o n/ país apresenta estranhamente uma inclinação egocêntrica doentia, nunca seremos demais em nos manifestarmos e repudiarmos este tipo de “provocação” barata e inqualificável falta de respeito e desportivismo que deverão ser repudiados sempre e banidos de todos e qq eventos desportivos, independentemente onde eles se realizem, neste caso foi em Lisboa, o que se lamenta apesar de não ser surpreendente, mas se ocorrer num outro local qq, tb estarei aqui p/ o condenar !!!

    Um grande abraço e os m/ sinceros parabéns pela frontalidade e honestidade de um exemplar voto de protesto lamentàvelmente necessário ter sido feito por um verdadeiro desportista e homem com H grande que dá pelo nome de LUÍS PIRES !!!

    Geraldino Silva

  15. É engraçado como alguém que diz NÃO querer alimentar disparatadas guerras Norte/Sul, depois chama, com grande lata e por motivos óbvios, central de compras a uma cidade que até é a capital do país. Como se em Lisboa só houvesse monopolistas, magnatas e mercadores…

    Quero-lhe dizer que sou, com muito orgulho, operário da construção civil, e como eu há cá milhares de honestos trabalhadores que mereciam um pouco mais de respeito pelo contributo que damos para o desenvolvimento deste país e, claro, para a substancial diferença que há entre o PIB de Lisboa e do Porto!

    É muito difícil alimentar algum diálogo com pessoas que sofrem de complexos de superioridade ou de inferioridade…Por não ser o local próprio para debater tais ideias e opiniões, por ter respeito pelo autor deste Blog, dou por encerrada esta questão.

    Com os meus melhores cumprimentos

    Orlando Duarte

  16. Uma prova de atletismo do género de uma maratona é, por natureza, uma prova popular. Mais, é no atletismo e neste tipo de provas de estrada que podemos var um recordista mundial a correr em conjunto com um cidadão anónimo, coisa muito rara em qualquer outro tipo de desporto.
    Esta mistura sadia é que dá força às corridas de estrada e tem feito aderir a este tipo de atletismo um número crescente de pessoas.
    Por outro lado Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer para se poder considerar um país de maratonistas. Parece-me, por isso mesmo, que as organizações nacionais, para além de promoverem internacionalmente as suas provas (e muito bem), deveriam ter a inteligência de as promover junto dos atletas nacionais, incentivando cada vez mais gente para a maratona.
    Estas opções não ajudam nada a isso, pelo que subscrevo na íntegra a crítica do Luis Pires.

    abraço
    MPaiva

  17. Depois de ler o relato do Luís, fico com uma certeza: esta maratona não entrará no meu circuito.
    Desde a história da pasta party só para estrangeiros, à má educação dos organizadores, à falta de organização e acabando nas falhas nos abastecimentos, parece tudo muito mau.
    Estrangeiro por estrangeiro, vou correr lá fora onde até hoje só tive excelentes experiências. E em Portugal tenho a Maratona do Porto que melhora todos os anos.
    Adaptando a célebre frase (curiosamente proferida num filme de seu nome “A Canção de Lisboa”): Maratonas há muitas…

  18. Eh lá!!!
    Que vejo eu ? que os meus amigos Orlando Duarte e João Meixedo andam aqui “escamados” um com o outro ?!
    Não acredito.
    O que está em causa é que a Maratona de Lisboa teve aspectos anedóticos, o que é confirmado por todos (excepto pela organização,certamente)e que o João Meixedo, com o seu habitual e saudável senso de humor, brincou com isso e, lá está, associou a brincadeira à visão do “sulista,elitista e liberal” que, de vez em quando, escapa à boa gente do norte.
    Oh Orlando, não te chateies que o Meixedo é gente da que tu gostas. Sou eu que to afianço.

    Quanto ao caso em apreço, caro Luis Pires, subscrevo a sua tomada de posição e, num “post não autorizado” no Blog do Meixedo, já me referi a ele. E lamento, obviamente.

    Abraço.

  19. A malta agradece o capacete azul, caro Fernando, mas não há cá guerra nenhuma, até porque já tinha percebido que o Orlando é teu, e portanto mais tarde ou mais cedo há-de ser também meu, companheiro de estrada.
    E não desviemos o assunto que os protagonistas do post são o Luís Pires – pelas melhores razões – e o tal de campos – pelas piores.
    Um abraço.

  20. É como tu bem dizes, Fernando. O que está em causa é a anedótica organização da Maratona de Lisboa. Mas aqui é que bate o ponto… Lisboa.

    Mas para mim, e penso que devia ser para todos, o que está em causa foi a deficiente organização PROFISSIONAL duma maratona e, não sei se mais lamentável, a forma incorrecta, não quero chamar-lhe de mal educada, do Prof. António Campos, para com um maratonista que se desloca 300 km e é recebido daquela maneira. Se reparares, há outros comentários algo fanáticos a misturar as coisas, como por exemplo, a questão do país pequeno algo inclinado e egocêntrico. Enfim, penso que não há necessidade de argumentar desta maneira.

    Como sabes, desloco-me com alguma frequência ao norte do país, tanto para correr ou fazer orientação, como também por questões familiares. Região onde tenho muitos amigos. Todavia, sempre que se fala em Lisboa, há algo de estranho no interior deles que se manifesta de imediato, ficam logo crispados e alteram-se por completo…

    Mas o engraçado, é que quem preside a tal central de compras é um transmontano de Alijó; quem assina os cheques é um maiato, e dos 16 ministros: 5 são da região norte (Maia, Porto, Miranda do Douro, Guimarães, Oliveira do Hospital); 2 da região centro(Marinha Grande, Porto de Mós); 3 da região norte alentejana (Portalegre, Évora); 1 de Angola; 5 da grande Lisboa (4 de Lisboa e 1 de Oeiras) 29.41%!!!

    Já para não falar na Assembleia da República onde o Distrito de Lisboa tem 48 mandatos – 20.8%!!!

    Por fim, até nem sei a naturalidade do Prof. António Campos, mas com um bocado de azar, até nem é de Lisboa!…

  21. Pois é, Fernando, estendi a mão e recebo uma resposta mal disposta de alguém que nem conheço nem tenho, a partir de agora, vontade de conhecer.
    Não vou perder tempo a rebater a prosa de alguém que nem percebe que os argumentos que utiliza só contribuem para me dar mais razão.

  22. Mau…
    Oh Orlando, lembra-te que se os alentejanos “afinassem” com as anedotas que se conta deles, já tinham pedido a independência há muito tempo.
    E a postura da malta do Porto face à de Lisboa é um bocado à moda dos alentejanos. Temos é que lidar com a situação com fair play.
    Confesso que às vezes até gosto de te ver “engalfinhado” com alguns “caramelos” que largam umas pataquadas que até nos deixam mal dispostos. Gosto porque sei que te bates pela defesa de bons valores. E consegues. Mas neste caso, ainda que os valores que defendes continuem a ser os teus e que muito aprecio, penso que estás a levar muito a sério o “anedotário nortenho”.
    O que isto precisa é de umas francesinhas e umas bejecas (lá no Perosinho, lembras-te?)a ver “para que lado é que elas pendem”. Para baixo, claro!
    Grande abraço.

  23. Meu caro Luís,

    Vi-te e falei-te, por duas vezes, quando corrias a maratona. A única palavra para descrever o que contaste é: inconcebível!

    Fico perplexo como é que, numa cidade como Lisboa, há 2 maratonas! De facto, em qualquer cidade do mundo, em países bem mais desnvolvidos “atleticamente” que o nosso, só têm uma grande maratona. Era o que Lisboa devia ter..mas todos sabemos que às vezes as comadres não se entendem.

    Quanto ao resto, não consigo acreditar que não tenham conseguido arranjar um percurso que não termine com 5 km sempre a subir a pique. Já não falo da desorganização à partida, á partida da Meia, nos abastecimentos, no (ou na falta de) apoio médico, etc…

  24. Meus caros atletas e amigos,

    Começo por agradecer, sinceramente, toda a solidariedade que tenho recebido, tanto através de e-mails, como destes vossos comentários (…), que tenho lido com toda a atenção. É bom sentir o pulsar de gente boa, sentir o apoio de quem partilha connosco esta saudável actividade que é a corrida. Apenas lamento, porque dispensáveis, as pequenas “picardias” entre nós atletas, cujo denominador comum é o “Correr por Prazer”, no sentido literal do termo. É este aspecto que temos de valorizar!

    Quero deixar bem claro, que o único sentimento que me moveu foi de revolta, contra alguém que, pelo cargo que ocupa, tem a responsabilidade, e obrigação, de acolher TODOS os atletas de forma cordial. O que me indignou, não foi o facto de me ter sido vedado o acesso à Pasta Party, ou a discriminação feita aos portugueses que, como é óbvio, é altamente condenável e que repudio. Insurgi-me, isso sim, contra a forma desabrida e petulante como o Professor António Campos dialogou comigo. Esqueceu-se que era o anfitrião de alguém, que a ele se dirigiu educada e cordialmente. Esqueceu-se também de ter um pouco de consideração, por alguém que fez muitas centenas de quilómetros até Lisboa, sozinho, de mochila às costas, com o único e exclusivo propósito de realizar a prova que ele próprio organiza. E como quem não se sente, não é filho de boa gente…

    Como prefiro unir a dividir, e mesmo correndo o risco de (eventualmente) desiludir alguns, Posso-vos informar que é minha intenção, salvo qualquer imponderável, estar presente (com ou sem “Pasta”) na 25ª edição da Maratona de Lisboa, que se realizará em 2010. Desde 2002 (ano que comecei a correr), já me desloquei a Lisboa dezassete vezes para participar em provas. Nestes oito anos fiz sete maratonas da “Xistarca” (só falhei 2003), três maratonas “Carlos Lopes” (as três últimas edições), para além de sete meias maratonas nas “Pontes”. Sou do Norte (com muito orgulho), sou determinado e penso pela minha cabeça. Não é, seguramente, o Professor António Campos, que me fará desviar do rumo que tracei. Era o que mais faltava!

    Um abraço a todos e… até Sevilha, onde já estou inscrito. Com eventual “escala” em Badajoz!

  25. Achei de grande nobreza o último comentário do amigo Luis Pires, que sabe “separar as águas” e, apesar das razões que lhe assistem, se mantém decidido a voltar a correr a Maratona de Lisboa, onde se sentiu desrespeitado. Isto, é de quem coloca acima de tudo, o amor à Corrida, desavalorizando o que a pode prejudicar.
    Grande abraço, Luis Pires. Talvez nos encontremos em Badajoz e, seguramente, em Sevilha.

  26. Bom dia, é só para dizer que eu e 2 colegas também participamos na Maratona de Lisboa pelo(Porto Runners)e subscrevemos tudo que o Luis Pires acima relata. Simplesmente lamentável.

  27. Subscrevo na íntegra as “palavras” do Fernando Andrade.

    “Como prefiro unir a dividir”

    E mais, Caro Luís Pires, eu quero ajudar nesse espírito de união e, para tal, o meu caro amigo fica, desde já, publicamente convidado para vir jantar a minha casa uma refeição, naturalmente, rica em hidratos de carbono. E tudo farei para que se sinta em sua casa!

    Até lá! Saúde e boas maratonas!

    Orlando Duarte

  28. Amigo Luís,fiquei perplexo ao ler o teu relato, mas infelizmente já pouca coisa me surpreende.Fiz duas maratonas em Lisboa que é a minha cidade natal e garanto-te que depois do que te aconteceu não volto a pôr lá os pés.Corram com os estrangeiros que esses é que lhes dão fama. Nós ficamos com a nossa que está muitos quilómetros à frente…

    Abraço e saudações desportivas campeão.

    Nuno Sá Lima

  29. a unica coisa boa que a maratona de lisboa tem são os 42km 195m o resto é mesmo para esquecer
    amigo Luis Pires um grande abraço

  30. ola luis estou contigo. ja fiz essa maratona em 2005 na geral fiquei em 513 ,estava no meus planos de 2010 mas vou risca-la pelo menos para os proximos anos um abraço lima

  31. Pois eu não fui a Lisboa, mas estive na Maratona do Porto, no passado dia 8 de Novembro e o meu KIT MARATONA (e da minha esposa) vinha sem a t-shirt oficial da prova.
    Segundo dizem houve mais inscritos do que o previsto e não havia t-shirts para todos, nesse mesmo dia demonstrei o meu desagrado junto da organização (Sr. Tiago Teixeira), a qual me garantiu que mandaria fazer mais t-shirts e as enviaria por correio.

    Pois ainda estou à espera das ditas t-shirts.

    Não quero com isto desculpar a organização da Maratona de Lisboa, quero sim chamar a atenção que as organizações deveriam pensar mais nos atletas, pois sem eles não existem provas.

    JCBrito

  32. Em primeiro lugar quero pedir desculpa ao Vitor Dias por aqui no seu blog ter que responder ao José Brito.
    Meu caro José Brito as suas Tshirts já chegaram e chegaram exactamente na semana passada, sendo que dentro de dias as receberá conforme o combinado, demonstrando assim que a organização da Maratona do Porto cumpre com a sua palavra e preza por ser a que melhor trata os atletas em Portugal e talvez até na Península Ibérica para que se saiba.
    Não discuto o valor de outras organizações e muito menos as suas opções com relação ao tratamento que dá aos atletas, as nossas primam por bem servir e bem receber, não sem que não cometamos erros, é normal a quem trabalha, aliás errar é humano, e por isso mesmo de algum tempo a esta parte não comento as outras organizações, mas também não admito que machuquem as nossas.
    Assim dentro de dias já terá as suas tshirts, pedindo-lhe desculpa pelo incidente, mas ao mesmo tempo com o mesmo se mostrou que esta Maratona cresce talvez porque trata bem as pessoas, e o José Brito será também tratado como os demais.

    Bom Ano de 2010

  33. Caros José Brito e Jorge Teixeira

    Fico muito satisfeito em ver que o meu espaço sirve para esclarecer dúvidas e exprimir opiniões.

    Usem-no sempre que queiram e/ou precisem.

    Cumprimentos

  34. Chegaram hoje as duas t-shirts oficiais da 6ª Maratona do Porto. Precisamente dois meses depois de termos corrido a 6ª Maratona do Porto, chegaram as duas t-shirts através de correio. Melhor tarde que nunca. Confesso que cheguei a pensar que nunca receberia as t-shirts, mas afinal enganei-me. Quero pois felicitar a organização pela sua seriedade e por ter corrigido essa falha.

    Na próxima edição da prova lá estaremos.

    JCBrito

  35. Como o prometido é devido, venho aqui recordar o que ofereci ao amigo Luís Pires em 17/12/09:

    “Subscrevo na íntegra as “palavras” do Fernando Andrade.

    “Como prefiro unir a dividir”

    E mais, Caro Luís Pires, eu quero ajudar nesse espírito de união e, para tal, o meu caro amigo fica, desde já, publicamente convidado para vir jantar a minha casa uma refeição, naturalmente, rica em hidratos de carbono. E tudo farei para que se sinta em sua casa!

    Até lá! Saúde e boas maratonas!

    Orlando Duarte”

    Mais, neste momento já tenho condições para alargar a oferta à estadia. Será um enorme prazer recebe-lo em minha casa!

    Pode crer, não é favor nenhum, repito será um enorme prazer!!!

    Até lá!

    Orlando Duarte

  36. Caro Orlando Duarte,

    Mesmo sem ter o prazer de o conhecer – se calhar, conhecemo-nos de vista – fico lisongeado e agradecido pelo convite.

    Ao contrário do ano passado, que me desloquei sózinho, devo este ano ir na companhia de um amigo meu (José Carlos Costa), com quem tenho feito a maioria das maratonas, tanto em Portugal como no estrangeiro. Amigo este que tem andado lesionado e, como tal, ainda em dúvida para a deslocação a Lisboa.

    Em relação a esta maratona apenas tratei da inscrição (dorsal 92), exactamente porque aguardo confirmação da ida desse meu amigo. Logo que a tenha – a dita confirmação – contacto o meu amigo Orlando Duarte, através do e-mail que o nosso amigo comum Vitor Dias me facultou, para acertarmos a logística.

    Caso vá sózinho, fica desde já aceite tão honroso e genuíno convite. Tenho todo o gosto! Caso contrário, agradeço na mesma, como é bom de ver, e ficará para uma próxima oportunidade (…) que não irão faltar. Proponho, se assim for, corrermos juntos, pelo menos a fase inicial da prova, aproveitando para conversarmos um pouco e conhecermo-nos pessoalmente. São as vantagens dos “corredores de pelotão” como nós!

    Um grande abraço,
    Luis

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