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Primeiro entranha-se, depois estranha-se

puma igniteO presente artigo de análise e revisão técnica é fruto de uma parceria Correr Por Prazer / TSF Runners / Sport Zone. Pode ouvir mais aqui.

Abro a caixa e sigo o costumeiro ritual: miro, apalpo, cheiro, dobro, torço, pouso e observo-as de todos os ângulos. Volto a pegar, apalpo, volto a cheirar e finalmente calço-as.

Estranho a língua, que por um lado é curta – com a negativa consequência de o nó ser apertado em cima do pé, mas por outro é acolchoada – com a previsível positiva consequência de conforto para quem, como eu, tem o peito do pé algo elevado.

Primeiras passadas, ainda dentro de casa, primeiras impressões: leves e confortáveis. Tal como uma criança junto à árvore de Natal, percebo que não é possível esperar. Algo de muito grave irá acontecer à humanidade se não sair de imediato para as testar.

Começo lento em terreno com ligeira inclinação descendente para adiante se tornar plano. As sensações iniciais mantém-se: leves e confortáveis. Vou alternando alcatrão com terra batida e sinto sempre conforto e flexibilidade. O apoio de pé, de um pronador numas sapatilhas neutras, é competentíssimo: não sinto falta das minhas palmilhas de uma conhecida marca, que uso invariavelmente em sapatilhas neutras ou pronadoras, de estrada ou de trail. É um excelente sinal.

Primeira meia hora decorrida e tenho de me esforçar por não deixar vaguear a mente e antes concentrar-me no teste, tal é o conforto que sinto. A altura de calcanhar também me parece ajustada.

O treino vai decorrendo com normalidade e os meus pensamentos vão inevitavelmente errando por outras paragens até que, com cerca de uma hora de corrida, começo a sentir algum desconforto no calcanhar. Contrariamente ao que havia sentido até aí, começo a notar falta de amortecimento na parte posterior do pé. Sensação que haveria de se acentuar progressivamente, prolongando-se até ao final da hora e vinte minutos que durou o treino.

Um segundo e curto teste, de apenas 55 minutos e à chuva, permitiu confirmar as anteriores sensações de leveza e estabilidade. O test drive ficou completo com um terceiro treino, de 1:40h e com 650m de desnível positivo acumulado, onde testei as IGNITE já equipadas com as minhas palmilhas, o que permitiu anular a sensação de rigidez no apoio de calcanhar.

Como não incluo a componente estética nos parâmetros a considerar aquando da compra de umas sapatilhas de corrida, deixo essa análise ao critério de cada um.

Em resumo, após 3 treinos e cerca de 45km percorridos, as PUMA IGNITE apresentaram-se-me como leves, respiráveis, confortáveis, flexíveis e com bom apoio de pé. A altura da sola é a ideal, mas a opção por uma maior competência na tracção e durabilidade traduz-se numa perca de amortecimento, essencialmente na zona do calcanhar.

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