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Do primeiro quilómetro à maratona

A maratonista portuguesa Jéssica Augusto escreveu um manual para “quem perdeu a vergonha de correr na rua”, prometendo “informar” os atletas amadores que aderiram a esta “moda”.

“A todos aqueles que tiveram a coragem de abandonar uma vida sedentária e lançar-se no mundo da corrida. E a todos aqueles que, como eu, fazem do desporto a sua vida”, é o mote da atleta bracarense, natural de Paris, no livro “Do primeiro quilómetro à maratona”.

Jéssica Augusto, que, com o sexto lugar, foi recentemente a melhor europeia na maratona de Londres, dois anos depois de também na capital britânica ter sido oitava nos 42,195 quilómetros nos Jogos Olímpicos, disse à agência Lusa ter aceitado o desafio da editora [Esfera dos Livros], para preencher uma lacuna.

“A corrida está na moda, muitas pessoas que querem começar pensam que é só calçar umas sapatilhas e correr. Não é só isso e eu dou algumas dicas, porque devemos começar por um ‘check-up’ médico, pela escolha das sapatilhas e de equipamento confortável, ter atenção à alimentação, e também partilho algumas histórias pessoais”, referiu Jéssica Augusto, em declarações à Lusa.

A segunda melhor portuguesa de sempre na maratona [2:24.25 horas, conseguida em 2014, em Londres], somente superada pela marca de Rosa Mota [2:23.29 horas, no ano de 1985, em Chicago, nos Estados Unidos], revela, no livro, “dicas” para quem se inicia nas corridas, admitindo, inclusivamente, que se consiga correr esta distância emblemática após um ano de treino.

“Não é por ler o manual que se chega a atleta de alta competição. O que quero é motivar as pessoas para praticarem desporto e mostrar a importância da atividade física. Acho que qualquer pessoa que saia do sofá e se lance na corrida consegue, passado um ano, fazer uma maratona, mas tem de se treinar, claro”, frisou Jéssica Augusto, que sugere planos de treino, deixando a advertência para a necessária “força de vontade”.

Para a atleta, de 32 anos, a transformação da corrida em “moda” fica a dever-se à consciencialização de que esta atividade é saudável: “Muita gente sai do trabalho stressada ou está em casa sem fazer nada e começa a estar mais ansiosa, descobrindo na corrida uma forma de se libertar”.

Uma mudança de mentalidades, que Jéssica Augusto regista com agrado.

“Eu recordo-me que, no início da minha carreira, tinha vergonha de correr na rua, porque não via ninguém a correr. Na altura, diziam: ela não deve estar bem para correr na rua. Então, eu penso que as pessoas perderam um bocado a vergonha e tomaram a consciência de que correr é saúde”.

Já à venda, mas com uma primeira apresentação marcada para o próximo dia 04 de maio, em Braga, Jéssica Augusto sublinha a ambição de “inspirar” os seus leitores, prometendo “trabalhar e lutar” para bater o recorde nacional da maratona.

Dois objetivos sintetizados no final do seu livro: “Corra, pela sua saúde. Corra, pelo seu bem-estar. Arrisque. Experimente. Dê o melhor de si. Na corrida e em tudo o que fizer na vida. E, como último desejo, espero que, acima daquilo que vier a alcançar com a corrida, nunca desista dos seus sonhos, que tenha sempre capacidade de entrega, dedicação e se lembre que ‘impossível é aquilo que nunca se tentou’ (a minha frase de sempre!)”.

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 65 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns Jessica Augusto

    É com carreiras exemplares como as Vossas, e todo o nosso apoio, que os nossos jovens se incentivam na prática do desporto. Visto, da classe governativa só se esperar a ruína do desporto escolar.
    Mas, plenamente de acordo com o “impossível é aquilo que nunca se tentou”.
    Obrigado

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