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Boughèra El Ouafi

Nacionalidade: Argelina

Nascimento: 15 de Outubro de 1898 (Setif, Argélia)

Falecimento: 18 de Outubro de 1959 (61 anos)

Venceu a Maratona dos Jogos Olímpicos de Amesterdão em 1928 com o tempo de 02h32m57s

Boughera nasceu perto da cidade argelina de A Ouled Djellal e na juventude passou integrou o regimento do exército francês ali instalado. Um de seus oficiais superiores notou as suas habilidades para o atletismo  e decidiu enviá-lo para competições militares em França, onde obteve bons resultados e causou boa impressão, sendo seleccionado para representar o país na maratona dos Jogos de Paris em 1924.

Em Paris, El Ouafi completou a maratona num honroso sétimo lugar, o que o credenciou para continuar a treinar para os próximos Jogos, em Amsterdam, quatro anos depois.

Nos Jogos Olímpicos de 1928, El Ouafi disputou a maratona de maneira conservadora, correndo atrás dos líderes finlandeses e japoneses que ditavam o ritmo da prova até assumir sozinho a liderança a cerca de 5 kms para a chegada e disparar para a vitória com 26s de vantagem e 150 m de distância para o segundo classificado, o chileno Manuel Plaza-Reyes. Mero soldado raso de pouca instrução, o ingénuo El Ouafi não se apercebeu da grandiosidade histórica do que tinha realizado, sendo o primeiro atleta de um território africano colonizado a triunfar na mais dura e lendária prova dos Jogos Olímpicos.

Após a medalha de ouro, Boughèra fez uma tourné atlética pelos Estados Unidos colhendo os louros da fama, mas o dinheiro que arrecadou desqualificou-o como atleta amador pelas regras do COI, abandonando o atletismo.

El Ouafi voltou para a Argélia e desapareceu na obscuridade por quase trinta anos sem que o meio do atletismo contasse mais com sua presença nos eventos ou tivesse mais notícias dele. Em 1956, nos Jogos Olímpicos de Melbourne, na Austrália, outro argelino de nascimento e representando a França, Alain Mimoun, venceu novamente a maratona. Os Jornalistas desportivos europeus resolveram então investigar o que havia acontecido com El Ouafi, o primeiro a conseguir esse feito décadas atrás. Depois de uma grande procura na Argélia, foi localizado vivendo nas zonas mais promíscuass, na mais absoluta pobreza, quase um mendigo e entregue ao alcoolismo.

Foi então feita uma campanha de ajuda financeira em seu favor, presenteado com uma boa quantia em dinheiro de modo a poder recomeçar a vida, mas nada adiantou. Alcoólico,  continuou no vício e gastou todo o dinheiro.

Três dias após completar 61 anos, em 18 de outubro de 1959, numa época de grande conflito entre a França e a Argélia revoltosa na luta pela sua independência, foi assassinado num desentendimento num bar, por membros do Frente de Libertação Nacional da Argélia, depois de ter se negado a participar na sua causa.

Fonte: Wikipédia

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 65 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

1 COMENTÁRIO

  1. Olá Vitor.Foram anos de grandes conflitos,o que interessa é que a maratona sobreviveu e este atleta argelino deu mais força a modalidade.Meus cumprimentos

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